sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Que dupla!



Acordei sem ter dormido e encontrei 2009 fresquinho me esperando. Pensei que fosse dar de cara com um bebê mas, para minha surpresa, 2009 parecia mais um adolescente bacana, cheio de ideologias e de estilo. Não me atrevi a começar um diálogo, mas ele se prontificou a me esclarecer que se tratava do meu (só meu) 2009, mas que cabia a mim mesma dividi-lo com quem bem entendesse.

Perguntei, meio sem jeito, se ele havia trazido alguma coisa consigo. Entre um sorriso e outro ele dizia que, como bom ano novo que era, carregava muitas promessas, as quais dependeriam dos meus cuidados e esforços para se concretizarem. Nisso tirou-as uma por uma da manga, depositando-as em minhas mãos. Reconheci algumas e fui apresentada a outras. Fitei 2009 agradecida, mas um pouco temerosa. Ele sentiu meu receio e sugeriu que eu as trouxesse sempre comigo sem, no entanto, preocupar-me demais com elas.

Tomei então coragem e perguntei o que mais ele me reservava. O ano ímpar tratou logo de afirmar que não era lá muito previsível, e que, sendo assim, não poderia me adiantar muita coisa. Mas como consolo, disse que eu poderia tirar o máximo mesmo dele, sem dó. “Assim você me deixa sem-graca, né 2009?”. Ele deu uma risada simpática e jovial e disse que até já sabia do que eu mais precisava: tempo. Eu dei de ombros e respondi que até ano bissexto adivinharia aquela, no que 2009 me reprovou, dizendo que eu precisava ser menos irônica e mais empreendedora. Não tive outra opção a não ser concordar, encabulada.

Pressenti que nossa conversa ia chegando a termo e não soube o que dizer. 2009 então me abraçou otimista e disse que tinha certeza de que eu trataria bem dele. Olhei no relógio. Estava na hora de levantar e jogar os cacos de 2008 fora. Precisava de espaço para organizar tanta promessa e ainda ter fôlego para cuidar do futuro de um ano esperançoso, cujo sucesso além de depender inteiramente de mim, afetaria certamente o 2009 de cada um daqueles que fazem parte da minha vida . Confesso que hesitei, mas que outro jeito? Demo-nos as mãos, meu ano novo e eu. Que dupla!

2 comentários:

Romanzeira disse...

Oi Carla! Bonita crônica sobre o ano novo e as expectativas que ele traz. Engraçado, como a gente sempre imagina o ano novo como um bebê. A adolescencia também traz novidades, mas nunca é uma fase identificada com o novo.
Gostei!

Juliêta Barbosa disse...

Olá, Carla, que delícia de texto! O meu 2009 começou hoje! É que o meu computador resolveu "pifar" e só agora, estou lendo os textos das pessoas que admiro. Comecei 2009 com o pé direito. Você é responsável por isso. Parabéns.