terça-feira, 19 de abril de 2011

Te perdoo

Não vês que te perdoo?
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Tu vês o dia nublado
E tua vista se acinzenta
Teu café amarga
As horas do teu dia se arrastam
Até que teu vazio se torne mais presente
 insuportável
E te arrebentes o peito
Rindo-se da tua mortalidade tola
Desconheces o homem que te tornastes
Maldizes teus conceitos
E admites que perdestes a aposta da vida
Sentes que já não podes mais
Mas no fim do dia voltas para casa
Assistes o jornal
te contentas com o sono
e te permites apagar por algumas horas
talvez dias
tua realização, até que ela volte a te assombrar
num outro dia
em que tu tornarás a ver céu cinzento
no mesmo céu em que olho
e só vejo chuva
ardo de desejo
encharco-me em mortalidade
tola e solta,
até transbordar de prazer.
Conheço cada uma das mulheres que me tornei
Rio zombeteira das minhas certezas efêmeras
E percebo que posso mais
E que o concreto não me contenta.
No fim do dia volto para casa
Assisto o jornal
e deixo o sono me levar
certa de que continuo a me encontrar
e me envolver e enlouquecer
sem ti.

2 comentários:

Juliêta Barbosa disse...

Carla,

Há quanto tempo não lia os teus textos! Perdi o contato contigo. Tentei várias vezes entrar no teu blog, mas sempre aparecia alguma coisa ligada a astrologia, se não me engano.

Só, hoje, dando um clic direto no teu endereço,no mapa do meu blog, foi que consegui.

Vou aproveitar para matar a saudade dos teus belos escritos. Bjs

PS: Não consegui salvar o teu comentário por um problema técnico.

Magnólia Ramos disse...

Seu blog é fascinante!

O poema é forte, e realmente, o nome do blog tem tudo a ver com o perfil dos textos, nesse ultimo, inclusive, eu consegui sentir a preocupação, desorientação.

Agradeço por ter visitado o meu e me ter me dado a possibilidade de cnhecer o seu.

Seguir-te-ei. =)